Dependência emocional. É disso que a relação simbiótica se trata.
É quando um dos dois lados (ou até os dois) se anulam em nome de se tornar um só com o outro. Incorporam-se os gostos, os grupos de amigos, o estilo, as opiniões e os gestos do outro. Não há vida sem o outro. Isso pode ocorrer entre amigos, nas relações românticas ou familiares.
A pessoa que tem tendência à simbiose pode ter dificuldade em definir quem é ela e quem é o outro.
No começo tudo é lindo e é esperado que seja mesmo, porém ambos precisam perceber suas diferenças com o tempo e separar o que é de um e o que é do outro, quanto às personalidades, desejos, sonhos, projetos, vontades, etc
Assim como acontece quando somos bebês. A criança precisa estar em simbiose total com sua mãe para que seja possível a separação. Na vida adulta também devemos “separar as coisas”.
Numa realidade contrária, o casal continua achando bonitinho o outro não dar um passo sem se consultar, nunca fazer escolhas próprias, não dizer nãos ou viver uma vida em função do outro sem qualquer autonomia.
Pior que isso: na maioria das vezes esse comportamento é confundido com demonstração de amor.
Se ele come carne, eu como carne. Se ele virar vegetariano, eu viro também. Até que chega o momento da “fusão 100% concluída”.
Os dois viram um só e a noção distorcida do romantismo (e a patologia) não permite que tudo seja visto como maléfico.
É a dose de amor que, de remédio, vira veneno.
Normalmente em terapia, o paciente não sabe nem dizer qual o seu prato preferido quando tenta se imaginar separada da sua “alma gêmea”. Trata-se de uma relação tão patologizada que a expressão mais usada é “não sei quem sou sozinho(a)”……
É a perda de identidade completa.
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